Juan Rulfo (México, 1917-1986) é talvez o autor Sul-americano mais comentado, elogiado e imitado do séc. XX. Toda a sua obra literária conhecida, que reunida pouco ultrapassa as 300 páginas, é considerada como fundadora, origem de uma nova forma de literatura, que deu lugar a escritores como Gabriel Garcia Marquez, um dos seus mais famosos e reconhecidos devedores. De Pablo Neruda a Carlos Fuentes, de Octávio Paz a Jorge Luis Borges e Juan Carlos Onetti, abundam os testemunhos de admiração dos seus pares e o assombro e desconcerto da crítica.
Em contraste com este enorme rumor a rodear a escassa obra de Rulfo, está o silêncio em que desapareceu o escritor desde a publicação, em 1995, de Pedro Páramo e até à sua morte, em Janeiro de 1986. Silêncio este apenas interrompido pela revelação esporádica, por parte de jornalistas da iminente saída de uma nova novela 'La Cordillera', que acabou por se tornar mítica. As tentativas de explicar esta prematura interrupção da escrita de um dos mais marcantes escritores contemporâneos no auge da sua fama contribuiu para aprofundar a «lenda Rulfo», não faltando comparações com a de Rimbaud.
Este livro oferece ao leitor português, num único volume, o essencial da obra de Juan Rulfo. Os livros que o compõem, «O Llano em chamas» (1953), «Pedro Páramo» (1955), e a novela póstuma «O Galo de Ouro»(1980), foram revistos tendo em conta a sua edição crítica mais recente