Carlos Fuentes é impiedoso ao traçar o perfil do estadista norte-americano, mostrado como um homem simplório, provinciano, frívolo, perverso, de reduzidas faculdades intelectuais, movido por interesses pessoais e cercado por uma equipe de colaboradores ultraconservadores. Fuentes compara Bush a Hitler e Stalin. E conclui: a diferença entre eles é que os ditadores nazista e soviético tinham menos poder que o presidente dos EUA, país cuja supremacia sobre todos os demais é algo que não se via desde o Império Romano. O aleto, segundo o escritor, é que Hitler e Stalin eram irremovíveis, ao contrário de Bush os eleitores norte-americanos podem lhe negar um segundo mandato.
Outros questionamentos, devidamente respondidos, se juntam a estes. E se a razão psicológica do Apocalipse for a vaidade de um garoto rico - Bush- que nunca lutou numa guerra e entrou na Universidade de Yale com notas mínimas e influ
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ncias máximas? Como é possível que num mundo globalizado as coisas circulem livremente, mas os seres humanos não? Diante de uma discussão tão ampla e complexa, o leitor finda por conhecer também a opinião de Carlos Fuentes sobre diversos outros assuntos, como a legalização do uso de drogas, a imigração ilegal de latino-americanos nos EUA, a descriminilazação do aborto, a liberdade de imprensa e expressão.As análises de Fuentes são incrivelmente lúcidas, bem apresentadas e fundamentadas, além de contar com uma qualidade literária que só um grande escritor poderia oferecer. O pessimismo está em todas as páginas , mas a esperança também, como contraponto. Encontra-se também inteira neste Contra Bush a outra faceta do romancista único que é Carlos Fuentes: a do cronista político.
* Esta contraportada corresponde a la edición de 2005. La Enciclopedia de la literatura en México no se hace responsable de los contenidos y puntos de vista vertidos en ella.