"Em A Laranjeira reúnem-se os meus prazeres sensuais mais imediatos -olho, toco, descasco, trínco, ergulo- mas também a mais antiga das sensações: a minha mãe, as amas, os seios, a esfera, o mundo, o ovo..." Neste livro, Carlos Fuentes joga com diversos mitos -o conquistador, o conquistado- que já se tornaram em verdadeiras obsessões da sua escrita. A Laranjeira não é apenas o fio condutor das cinco novelas breves que constituem este volume, mas uma síntese da obra de Fuentes. A Laranjeira é o símbolo da fertilidade, da mestiçagem e da nova vida noutras terras; representa a recordação dos seios maternos, da esfericidade da terra e, a partir de dados históricos concretos da condição circular do tempo.
Com A laranjeira, Carlos Fuentes fecha o ciclo narrativo por ele denominado "A idade do tempo". E encerra-o de forma magistral. O livro compõe-se de cinco novelas curtas e interligadas, em que ele joga com diversos mitos – o conquistador conquistado, a atemporalidade da história — e recorre aos temas típicos de sua literatura ímpar. A árvore da laranja é, portanto, não apenas o fio condutor das novelas mas também uma síntese da obra do autor. Fuentes justifica a escolha da laranjeira como tema: "É quase o protótipo de uma imagem do mundo espanhol. As laranjas e a Espanha caminham juntas. A fruta veio da Índia para a Espanha, e então Cortez a trouxe para o Novo Mundo. Daí seguiu para a Califórnia e Flórida iniciando toda uma indústria. É uma árvore migratória, uma testemunha natural da História."