"Minha mulher foi embora e fiquei sentado ao lado de Diana Soren, falando de cinema, da vida em Paris, descobrindo amigos em comum...Senti-me traidor, mas convenci a mim mesmo de que se eu não estava traindo a literatura, também não me estava traindo. O resto não me importava. Minha mulher sabia que a literatura é a minha verdadeira amante, e todo o restante – sexo, política, religião se a tivesse, morte quando a tiver – passa pela experiência literária, o filtro de todas as demais experiências da minha vida", escreve Carlos Fuentes num relato confessional de seu romance com a atriz americana Jean Seberg. Contundente e tocante, Diana ou a caçadora solitária, história que Fuentes esperou 25 anos para escrever, impressiona pela sua veracidade – e sobretudo pelo personagem de Seberg, retrato de uma geração.
Alguns nomes foram trocados – Seberg ganha o codinome de Diana, seu marido Romain Gary é chamado de Ivan Gravet e a cidade natal da atriz, Marshalltown, muda-se para Jeffersontown –, mas Fuentes continua Carlos, assim como na vida real sua primeira mulher é Luiza. No romance, o autor mantém o nome das cidades nas quais tudo aconteceu e as datas são fiéis aos fatos.
Diana ou a caçadora solitária remete o leitor a uma nova reflexão sobre a geração de 60 que, apesar de ter revolucionado o modelo cultural de uma época, nem por isso conquistou os sonhos que defendia.